sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O VOCABULÁRIO PERVERTIDO


O Senhor Jesus Cristo disse: "porque a boca fala do que está cheio o coração" (Lc 6:43-45).

A fala é uma faculdade diferenciadora de ser humano (os animais não falam). É a expressão do nosso espírito, com ela expressamos nossas reações, sentimentos, idéias, desejos, pensamentos, etc. Além disso, o modo e o tom com que falamos normalmente refletem o estado do nosso ser interior (dizemos normalmente, porque podemos algumas vezes falar fingidamente).

Já que o falar é a principal forma de expressão, a maioria dos pecados que cometemos é com a boca, e muitos o utros pecados são também acompanhados por uma expressão verbal.

1) Um sintoma de decadência

A forma corrente de falar torna evidente a decadência moral e espiritual da presente geração. O vocabulário utilizado hoje em dia tanto por homens como mulheres, sejam adultos, crianças ou velhos, é um sintoma inconfundível da deterioração dos bons costumes e da pureza de espírito.

Ao mesmo tempo é um testemunho eloqüente daquilo que impera no coração dos homens: atrevimento, irreverência, agressividade, pessimismo, derrota, leviandade, ironia, presunção, morbidez.

2) O desprezível vocabulário do velho homem

"Mas, agora, rejeitai vós também tudo isso: a ira, a indignação, a maldade, a injúria, a linguagem indecente esteja longe de vossos lábios. Não vos enganeis uns aos outros. Porque despistes o homem velho com suas obras..." (Cl 3:8-9).

"Nenhuma palavra má saia de vossa boca, mas a que seja capaz de edificar, quando necessário, e de fazer bem a quem ouvir". (Ef 4:29).

Consideremos alguns dos pecados mais comuns que cometemos com a boca, aos quais devemos chamar de PECADOS e dos quais devemos nos arrepender, eliminando-os totalmente de nosso vocabulário.

a) Blasfêmias, insultos, palavras más, grosserias (Cl 3:8), sejam elas contra

Deus, contra o nosso próximo ou mesmo sem ter alguém como alvo específico.

b) conversasão torpe, palavras vãs ou chocarrices(piadas), palavras desonestas (Ef 5:3-4), "nem sequer se nomeiem entre vós, como convêm aos santos". (Fp 4:8).

c) ofensas, expressões agressivas, palavras ásperas, gritarias, etc. (Tg 3:2-12; Mt 5:22; Cl 3:8), "Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão".

d) zombarias, motejos, escárnio, sarcasmos (Sl 1:1, Pv 3:34). A zombaria é uma expressão muito generalizada em nosso meio, são poucos os que têm con hecimento de que ela deve ser banida do meio do povo de Deus.

A zombaria é prejudicial, não flui do Espírito Santo, é obra da carne, pois não brota do amor que possuo para com a pessoa de quem estou zombando. Ao fazermos tal coisa apagamos o Espírito em nossas vidas, machucamos as pessoas e, além disso, abrimos uma porta para que a leviandade se propague em nosso meio.

Alguém disse: "Ria de si mesmo, ria com os outros, mas nunca ria dos outros". ( Lv 19:14).

e) fofocas, murmurações, maledicências, calúnias :

- Fofoca: é falatório, conto ou notícia, verdadeira ou não, com quem se cria inimizade entre as pessoas (Lv 19:16).

- Murmuração: é uma conversa difamatória que compromete a honra ou o bom nome de outrem. É desacreditar, deteriorar a imagem de terceiros.

- Calúnia: é a acusação falsa e maliciosa feita c om o propósito de causar dano (Sl 15:3).

Essas expressões, mesmo sendo semelhantes, não são idênticas; todas procedem do mesmo espírito, ou seja, causar dano ao próximo, estando nós ou não consciente disso. É pecado que atenta contra a vida do outro (Lv 19:16). Somos responsáveis diante de Deus por não cometê-los, como também por não escuta-los (Sl 15:3) "nem lança injúria contra o seu vizinho".

f) queixas, resmungos, protestos, lamentações:

A queixa é uma das notas mais dominantes do vocabulário do homem. Qualquer razão válida ou não é razão para queixas. Quando algo não sai como desejamos devidos às dificuldades cotidianas, ou devido a alguma falta daqueles que nos rodeiam, pelas nossas limitações, pelo sofrimento da vida, devido ao mau tempo, a inflação, etc. A queixa reflete derrota interior diante das situações que se apresentam na vida. Longe de solucionar nossos problemas, aumenta-os, levando-nos ao mau humor, à depressão, e ao desânimo. Apaga o Espírito em nós, nos faz perder o gozo e a fé. Deus nos afirma em Romanos 8:28 "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus". Portanto, devemos sempre dar graças a Deus por tudo (Ef 5:20).

g) tolices, estupidez , leviandade, inconseqüência (Pv 15:14; Ef 5:4; Mt 12:36).

3) Aprender a falar de uma nova maneira

Se a boca fala do que está cheio o coração, ter um coração novo significa ter um novo vocabulário. "...do bom tesouro do seu coração tira o bem". (Lc 6:45) .. Ao nos convertermos a Cristo, não só mudamos o conteúdo e temas das nossas conversações, mas também o modo de como falamos: o espírito de nossas conversações, sua intenção, seu acento, seu tom, etc. Há quatro p rincípios que devem reger nossas conversações:

a) tudo que falamos deve ser pa ra a nossa edificação. "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que boa para edificação conforme a necessidade e assim tra nsmitir graças aos que ouvem". (Ef 4:29). O conteúdo, o tom e o espírito com quem falam deve edificar os que nos ouvem qualquer que seja o tema sobre o qual falamos.

b) toda conversação deve ser feita em nome do Senhor Jesus. "... e tudo que fizerdes seja de palavra seja de ação, fazei-o em no me do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai..." (Cl 3:17). O "Nome revela Seu ser, Sua pessoa, Sua natureza. Tudo o que dizemos deve revelar a natureza e o caráter de Jesus. De fato toda palavra que pronunciamos ou é na carne , ou é no Espírito, e revela o caráter e a pessoa de Jesus. Toda vez que abro a b oca para falar, Cristo deve ser revelado: seu amor, sua pureza, sua paz, sua paciê ncia, sua justiça, seus propósitos, etc.".

c) tudo o que falamos deve ser com graça. "A palavra seja sempre agradável, temperada com sal para sabe rdes como responder a cada um" (Cl 4:6). Um pouco de sal torna agradável e aceitável uma comida sem gosto, uma palavra dita com graça é mais bem recebida. A chave para obtermos graça é a humildade. "Deus resisti aos soberbos, mas dá graça aos humildes".(Tg 4:6).

d) a fé deve ser a nota dominante de nossas conversações. Diante de todas as circunstâncias, mesmo as mais dolorosas, essa nota de fé deve estar sempre presente; não como uma expressão religio sa e superficial, não aparência, mas essência, uma convicção profunda em nosso espírito. O tom de nossas conversas revela se estamos agindo de maneira vitoriosa sobre as circunstâncias, se há derrota em nosso interior.

4) Nossa boca como um instrumento de Deus

"Nem façais de vossos membros armas da injustiça a serviço do pecado, mas, como quem voltou da morte para a vida, oferecei-vos a Deus e fazei de vossos membros armas da justiça a serviço do mesmo Deus." (Rm 6:13)

a) ensinando, exortando, animando (Cl 3:16);

b) orando sem cessar (1 Ts 5:17; Cl 4:2);

c) cantando louvores, salmos e cânticos espirituais (Ef 5:19; Cl 3:16);

d) dando sempre graças por tudo (Ef 5:20);

e) pregando em tempo, comunicando o Evangelho (2 Tm 4:2 ; Cl 4:5);

f) proclamando a verdade (Ef 6:17);

g) falando em novas línguas (1 Co 14:18);

"As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, ROCHA MINHA E Redentor meu".(Sl 19:14).

Portanto vamos estar atentos para o que falamos.

(ÊX 39:30) "Fizeram também, de ouro puro, a lâmina da coroa de santidade, e nela escreveram o escrito como de gravura de selo: SANTIDADE AO SENHOR."


0 comentários:

Postar um comentário